O TDAH E A FINITUDE









Tudo na vida é finito.
Menos para o TDAH.
Sempre me surpreendo quando as coisas acabam. Hoje não foi diferente. Tomo pela manhã um comprimido para controlar a pressão. Até que não é muito alta, mas a doutora mandou eu obedeço.
Pois bem, a alguns dias encontrei no meu criado um envelope cheio do remédio. Achei ótimo e passei a tomá-lo, deixando o que trago na minha mochila para quando acabasse o da gaveta.
Pois não é que acabaram os dois.
Fui pego de surpresa.
O que trago na mochila eu já sabia que só restavam um ou dois, e nesses dias que saí muito cedo de casa acabei por tomá-los. Mas aqueles da gavetinha, sinceramente, eu não esperava.
Fiquei decepcionadíssimo! Foi uma retaliação pessoal daqueles comprimidos contra mim. Ou da gaveta, sei lá. Mas jamais esperei que acabassem. Ainda mais assim, sem avisar, de uma hora pra outra.
E isso se repete.
Quanta coisa que eu tinha certeza que jamais iria acabar e acabou.
Dinheiro! Ai meu Deus, eu sempre acho que ainda tem algum na conta ou no bolso.
Rá! Ledo engano!
Ele sempre desaparece. E eu nunca sei aonde foi.
E o tempo?
Eu sempre acho que ainda tenho cinco minutos de tolerância. E sempre me lembro de algo inadiável pra fazer na hora de sair para um compromisso.
Quero fazer tudo ao mesmo tempo.
A vida e seus objetos se esvaem no meio dos dedos.
Por isso odeio dormir.
Quanta coisa pode desaparecer enquanto estou de olhos fechados.
Só pode ser essa a explicação para a finitude da vida.
Não tem outra.

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