TDAH NO CORAÇÃO







Meu TDAH não está no cérebro.
Está no coração!
Fez do meu coração um coração indomável!
Um coração irascível.
Um coração que se atira sem que eu queira.
Na direção que deseja.
Com uma intensidade tal que eu não o contenho.
Sua força me esgota, me exaure, me entorpece.
Levado por ele entrego minha alma.
Entrego minha vida.
Entrego meus sonhos.
A cada queda, a cada dor, tento controlá-lo.
Em vão!
De repente, quando menos espero, ele se incendeia.
E ensandecido se atira em um novo abismo.
Levando consigo meu corpo; e com ele minha racionalidade e minha força.
Quisera Deus poder arrancar do peito esse TDAH e reinstalá-lo no cérebro, como em todas as outras pessoas!
Há dias em que tamanha intensidade me esgota.
Intensa e extenuante expectativa, cultivadas com o adubo do TDAH, se frustram e, como um tsunami solapa os alicerces de um edifício que parecia sólido e eterno. Aos poucos o gigantesco edifício desfaz-se levando em seu bojo um sonho incandescente que parecia infindável.
Mas qual! Das ruínas ainda fumegantes o TDAH reergue o edifício com uma arquitetura ainda mais arrojada, ainda mais alto e megalomaníaco.
Impotente assisto a tudo.
Um cérebro refém de um coração TDAH!

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