TIRE PROVEITO DO SEU TDAH










Estava eu a ler o blog da Ana Beatriz , o HEIN?!,  (http://howwhenwhatwhy.blogspot.com.br/) quando comecei a viajar em seu delicioso texto. Nele, ela fala do seu mergulho em tudo o que diz respeito ao mundo da  mente. Desde bipolar, bordeline, depressão, até desaguar no TDAH. E comecei a pensar; trilhei caminho diverso, mas nem por isso menos rico e instrutivo.
Assim que me descobri TDAH mergulhei nas informações sobre o assunto, mas a partir de um determinado momento que eu não sei precisar, nem explicar, deixei de pesquisar externamente para prospectar a minha alma, a minha vida, a minha história. Aí começou a nascer uma nova pessoa, um ser humano que eu desconhecia, uma força que eu não sabia que tinha, uma motivação que trazia escondida não sei em que desvão do meu cérebro.
Nunca em tempo algum eu havia pensado tanto em minha vida quanto agora, no pós diagnóstico. Hoje em dia eu examino meus comportamentos, minhas reações, peso as consequências e, muitíssimas vezes atualmente eu volto atrás, me recolho a pensar, e repenso, aquele caminho que pretendia trilhar. Pode parecer óbvio para os 'trouxas', mas para nós TDAHs movidos pelo impulso, com a emoção à flor da pele e guiados pelo instante, é uma conquista soberba. Claro, não tenho a pretensão de vender a você que está lendo que fiquei perfeito, ninguém é - com ou sem TDAH - mas tenho conseguido dominar meus piores impulsos. Impulsos que já julguei serem os melhores de minha vida. Inverti valores que durante muito tempo
valorizei ou mesmo, supervalorizei ao longo da  vida. Canalizei esses impulsos e esses valores para outros campos, outras satisfações, outros prazeres. E só agora, lendo o texto da Ana Beatriz, e escrevendo a partir dele, dei-me conta.
Lenta, mas inexoravelmente venho mudando os caminhos que trilhei.
Deixo para trás uma longa história, uma montanha de sentimentos e experiências e, acima de tudo, várias pessoas que partilharam daqueles momentos; mas isso faz parte da mudança. Aquele Alexandre mudou; tomou novo rumo; conheceu novos prazeres; saboreou novas emoções.
Uma mudança para melhor ou para pior? Não cabe aqui esse tipo de julgamento, não posso arrancar essas experiências, ou o TDAH, da minha alma. Eu sou fruto (também) do meu TDAH; minha personalidade e minha vida se alicerçaram no TDAH, ou o TDAH é parte desse alicerce. Mas precisei mudar, minha alma pedia essa mudança; minha vida pedia essa mudança.
E, com a força do TDAH, estou conseguindo efetivá-la.
E mudanças ainda mais fortes me esperam. Com certeza!

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